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Se cair, levante

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Pensem na bela imagem, Pincelada ao acaso, Mas digna de ser exposta, Na mais refinada exposição! Pensem no entardecer de outono, O céu ornado em tons de vermelho, As andorinhas sobrevoando Em trajes de gala. Pensem na cena idílica, Inspiração para poetas, Inspiração para o avoado Cupido dos amantes: Na calçada ladrilhada De pedras negras e brancas, Caminhava uma linda mulher, Que arrastava olhares Não apenas de homens, Seduzidos pela beleza, Mas também de mulheres Que boquiabertas amavam, E ao mesmo tempo, Odiavam o que viam... Uma bela saia solta, Em tons de vinho tinto, Que mal cobria seus joelhos, Sapatos de salto alto, Negros com filete de cristais, Meia de seda cor da pele, Que se estendiam até o alto, Um corpete perolado, Colado, brilhante, Uma tiara, Fina e delicada. Coluna ereta em direção ao céu, Olhar profundo e estonteante, Cabelos longos e sedosos A balançarem delicadamente Ao caminhar suav

Um dia... talvez

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Somente o tempo fala Tudo o que o silêncio ora cala. Mostram-se as amargas palavras, Delineadas na colossal solidão! O vento carrega as lágrimas Que a ferida aberta derrama Em seu viciante rubro leito, Que inerte insiste em esperar... A turba insana e vingadora Banha-se em meu sofrimento, Embriaga-se em minha alma Com o sangue etílico adocicado. Esforço-me para estar aqui, no agora, Contemplando o horizonte Da parede do meu quarto. Estou... apenas cansado. Vou sentar e ler um poema, ouvir uma música melancólica, e imaginar um mundo ideal, onde todos são felizes! imagem:  http://lagrimasdovento.blogspot.com/2011/04/fechar-os-olhos-e-assim-que-faco-para.html

Inspiradores olhos azulados

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No semear da lua nova, Seus sedutores olhos azulados passaram por mim, Enquanto seus rubros lábios lentamente se entreabriam, Percorrendo e semeando a subjetividade do seu amor… Hoje, sorrindo e chorando, eu confesso: Eles encontraram solo fértil em meu solitário peito, E quando tomei consciência… era tarde, A sua imagem já estava perfeitamente esculpida em minha’lma. Sou a materialização daquele olhar em busca de um amor, E embora eu a ame com todas as minhas forças, A sua mente platônica ignora-me pela não perfeição. Não sou a sua inspiração… não desperto ao menos um sorriso. Oh destino, que profanas minha existência casual, Que ri perante minha busca pelo amor daqueles olhos azulados, Destino que me atormentas com pesadelos de agonia e morte, Rindo das lágrimas que sufocam a minha solitária esperança. Mas de longe quero sussurrar apenas para ti, anjo meu: As sementes da paixão enraizaram em meu solitário coração, E tenho certeza que’las não adormecerão nos tempos hibernais,

Quando ela disse adeus

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Muito tempo faz Que não penso em palavras frases, poesia, amor. Muito tempo faz Que’u vejo a chuva e nada sinto. Muito tempo faz Que olho a lua e nada lembro. Muito tempo faz Que músicas de amor não me fazem mais chorar. Desde o dia em que ela disse adeus, Foi bom, mas acabou como um sonho, Quando acordamos quando o coração bate mais forte, Quando acordamos quando a respiração torna-se ofegante, Quando acordamos quando um raio de luz adentra pela janela. Muito tempo faz Que o alimento já não basta pois minha alma está vazia. Muito tempo faz Que estou errante, perdido pois minha estrela da noite se foi. Muito tempo faz Que não rezo para Deus pois minha vida não tem mais sentido. Desde o dia em que ela disse adeus, Quando ela olhou dentro dos meus olhos e não sorriu. E ao ver meus braços abertos deu um passo para trás partiu. Desde o dia em que ela disse adeus não penso não vejo não ouço não sinto não rezo Desde o dia em que ela disse adeus Minha alma está sofrendo

Negra bailarina

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Negra bailarina de cabelo pixaim, Em delicada pose e vestida de cetim, De pontas suavemente no tablado entrou E a todas as pessoas encantou! De olhar firme no semblante, Corpo esguio e estonteante, Como um belo anjo dançou E toda a platéia levantou. Ela se sentiu muito amada Pelo buquê de rosa perfumada Que’m seus delicados braços repousou, Enquanto sinceras lágrimas derrubou. Ah, negra bailarina que tanto lutou, Como eu sorrio ao vê-la assim, Com flores e vestida de cetim, Pois sei de todo sofrimento que passou! De família pobre e sem esperança, Logo cedo aprendeu a lutar sozinha, Pois perdeu o pai quando se tornava mocinha E a mãe quando ainda era só uma criança Como eu choro ao ver sua vitória, Pois eu sei de toda a sua história, Cuja dor retocou no camarim, Doce e valente bailarina, de cabelo pixaim. imagem meramente ilustrativa fotografia em  http://www.mundobailarinistico.com.br/2017/01/bailarinas-negras.html

Lábios perdidos

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Ainda lembro do toque dos seus lábios minhas mãos embrenhando-se em seus cabelos o doce suave de seu perfume amadeirado Ainda lembro do abraço que envolvia o meu corpo das lágrimas que surgiam em seus verdes olhos quando eu disse, pela primeira vez, que te amava! Mas eu não lembro eu não consigo me lembrar por mais que eu me esforce as lembranças migraram para além de mim. Em que momento eu errei? Em que momento eu perdi você? Eu só lembro que te amava Tanto quanto você me amava Ainda posso sentir os seus lábios mas quando abro os olhos… cadê você?! Eu só lembro que te amava tanto quanto você me amava Sinto e vejo a chuva que agora cai Lembro-me de suas lágrimas sinceras enquanto falo para mim mesmo que’u ainda te amo que’u sempre te amarei… imagem:  http://rebloggy.com/post/love-red-sad-romance-fancy-lips-rich-brunette-nails-witch-lana-del-rey-goth-brow/88767159543

Ao leito

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O mar, teus negros olhos! um abismo de angústias refletidas em tuas trêmulas mãos. Um sentimento de culpa tangencia minha pobre alma, sou um nauta sem direção. Refletindo em meu âmago o motivo de ver-te assim, sofro c’uma introspecção, minhas noites, meu sentir. As estrelas desaparecem, mas em minha sã tortura apenas vejo mais um nascer do dia entre as cortinas que tremulam. Olho-te novamente, teus lábios em tom violeta balbuciam perdidas palavras diante dos sonhos sem sentido. Quem sabe noutro amanhã eu possa descobrir verdadeiramente o enigma que te envolve nestes velhos traços pueris. Enquanto isso faleço, permaneço ao teu lado segurando tuas brancas mãos vendo teus olhos se vitrificarem. Meu respirar pensativo condena-me à eternidade, por não saber, neste estado terminal, nem ao menos como te fazer sorrir. imagem:  http://coisasdetere.tumblr.com/post/109626121725/kemal-kamil-arte-contempor%C3%A2nea